O termo "nexialista" está associado ao conceito de Nexialismo, introduzido por A. E. van Vogt em sua obra de ficção científica "The Voyage of the Space Beagle" (A Viagem do Beagle Espacial), publicada pela primeira vez em 1950. No contexto da história, o Nexialismo é uma disciplina interdisciplinar que busca integrar e aplicar conhecimentos de várias áreas para resolver problemas complexos. Um indivíduo nexialista, portanto, seria alguém treinado nessa abordagem nexial, capaz de abordar desafios e situações de maneira holística, utilizando informações de diversas disciplinas para encontrar soluções eficazes. Para os fãs de Jornada nas Estrelas (Star Trek), o Capitão Kirk é um típico nexialista (os criadores da série eram admiradores de van Vogt).
Os leitores e educadores mais atentos, claramente identificam o indivíduo nexialista como alguém essencial para a sociedade atual e a do porvir. O conceito destaca a importância da colaboração entre diferentes campos do conhecimento para abordar problemas complexos de maneira mais eficaz. Dentro dessa perspectiva, será que currículos, as práticas de ensino e as atividades de aprendizagem das universidades estão preparando indivíduos com essas características?
De uma forma geral as instituições de ensino tratam da formação de profissionais especialistas e generalistas. Os primeiros são conhecidos por foco e conhecimento profundos numa área específica de conhecimento, já os generalistas possuem conhecimento amplo e facilidade de adaptação. Quando falamos sobre os nexialistas estamos pensando em indivíduos com:
- Habilidade em Síntese: Eles são habilidosos em sintetizar informações de diferentes campos para obter uma compreensão abrangente de um problema.
- Integração de Conhecimento: Os nexialistas são treinados na abordagem nexial, que busca integrar conhecimentos de diversas disciplinas para resolver problemas complexos.
- Visão Holística: Tendem a ter uma visão holística, considerando as interações e conexões entre diversas áreas do conhecimento.
Resumindo, enquanto os especialistas se destacam em profundidade em uma área específica, os generalistas têm uma ampla gama de conhecimentos, e os nexialistas se destacam na integração de conhecimentos para resolver problemas complexos de maneira holística.
Para cultivar nos indivíduos as habilidades nexialistas, é importante que os currículos escolares sejam desenvolvidos com uma abordagem que promova a integração de conhecimentos, o pensamento crítico e a resolução de problemas complexos. Podemos citar inúmeras estratégias para promover o desenvolvimento de nexialistas, mas as 6 abaixo são essenciais:
- Criar projetos e atividades que exijam a aplicação de conhecimentos de várias áreas para resolver problemas.
- Incentivar os estudantes a integrar conceitos e informações de várias disciplinas em seus projetos.
- Incentivar a busca ativa por conhecimento além do currículo formal, promovendo o autodidatismo.
- Enfatizar o desenvolvimento de habilidades de comunicação eficazes para que os estudantes possam expressar suas ideias e conectar informações de maneira clara.
- Incorporar atividades que desafiem os estudantes a analisar, avaliar e questionar informações de maneira crítica.
- Oferecer programas de mentoria que ajudem os estudantes a desenvolver habilidades de integração de conhecimento.
Para ilustrar ainda mais, mostramos a seguir uma atividade de aprendizagem que visa desenvolver uma solução integrada para um desafio de saúde global que exija a aplicação de conhecimentos de várias disciplinas médicas, habilitando assim uma formação nexialista do profissional médico:
Objetivo da Atividade:
Desenvolver uma solução integrada para um desafio de saúde global que exija a aplicação de conhecimentos de várias disciplinas médicas.
Passo 1 - Identificação do Desafio de Saúde Global:
Apresentar aos estudantes um desafio de saúde global, como a propagação de uma doença infecciosa, desigualdades no acesso a cuidados de saúde, ou resistência a antibióticos.
Passo 2 - Pesquisa e Coleta de Informações:
Os estudantes devem realizar pesquisas em disciplinas médicas, como epidemiologia, microbiologia, saúde pública, ética médica e economia da saúde, para obter informações relevantes sobre o desafio proposto.
Passo 3 - Análise Interdisciplinar:
Os estudantes devem analisar as informações coletadas e identificar como diferentes áreas médicas estão interconectadas no contexto do desafio. Por exemplo, considerar as implicações socioeconômicas, fatores culturais e impacto ambiental na saúde.
Passo 4 - Desenvolvimento de Propostas Integradas:
Com base na análise interdisciplinar, os estudantes devem desenvolver propostas de solução que incorporem conhecimentos de várias disciplinas médicas. Isso pode envolver estratégias de prevenção, tratamento, educação pública, políticas de saúde e considerações éticas.
Passo 5 - Apresentação e Defesa:
Cada grupo de estudantes deve apresentar suas propostas de solução de forma clara, destacando como integraram conceitos de diferentes disciplinas médicas para abordar o desafio de saúde global de maneira holística.
Passo 6 - Feedback e Revisão:
Promover uma sessão de feedback em que os estudantes podem fazer perguntas, fornecer sugestões e desafiar as propostas dos colegas. Isso estimulará o pensamento crítico e a integração de conhecimentos.
Passo 7 - Reflexão Individual:
No final da atividade, os estudantes devem realizar uma reflexão individual sobre o aprendizado, destacando como a abordagem integrada contribuiu para uma compreensão mais abrangente e eficaz do desafio de saúde global.
A preparação de indivíduos nexialistas nas universidades pode variar significativamente de acordo com o currículo, abordagens pedagógicas e filosofias educacionais adotadas por instituições específicas. No entanto, é comum que as universidades estejam cada vez mais reconhecendo a importância da interdisciplinaridade e da capacidade de resolver problemas complexos em suas abordagens de ensino.
Assim como ocorria nos episódios do Star Trek, onde dentro da nave espacial cabiam todos os problemas a serem resolvidos pela liderança do Capitão Kirk junto a sua tripulação, dentro dos espaços de aprendizagem das universidades existem muitos possíveis “Capitães Kirks” aguardando para se desenvolverem e assumirem o seu papel na busca do nexo, da solução integradora e colaborativa dos mais diversos problemas da sociedade do presente e do futuro (não tão distante).
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